
“Mergulho no futuro: o mar que queremos preservar” – Exposição de fotografia subaquática de Nuno Vasco Rodrigues
Sala Berlenga (ESTM — Peniche) | 29 de maio a 31 de outubro de 2025
Inauguração da exposição: 29 de maio de 2025, 15h00
A exposição de fotografia subaquática marinha intitulada “Mergulho no futuro: O Mar que queremos preservar”, da autoria do fotógrafo Nuno Vasco Rodrigues, oferece uma imersão única no vasto e misterioso universo subaquático que circunda as costas de Portugal continental, mas também dos arquipélagos da Madeira e dos Açores.
Nuno Vasco Rodrigues, um fotógrafo apaixonado pelo oceano, dedica-se à captura de imagens subaquáticas desde há vários anos, com um foco particular na vida marinha do Atlântico Norte. Em “Mergulho no futuro: O Mar que queremos preservar”, ele transporta os visitantes a um mundo profundo e fascinante, longe da superfície e dos limites visíveis, oferecendo uma visão rara da biodiversidade marinha que habita as águas que banham Portugal.
A exposição reúne uma seleção de 20 fotografias que revelam o dinamismo do ecossistema marinho, com especial destaque para a diversidade de espécies que povoam o mar português. As imagens capturam desde pequenas criaturas marinhas, como lesmas-do-mar, até grandes predadores, como baleias e tubarões.
O trabalho do autor vai além da simples documentação da vida marinha; ele transmite uma profunda mensagem de conservação e respeito pela natureza. Através das suas fotografias, o fotógrafo não apenas destaca a importância do oceano para o equilíbrio do nosso planeta, mas também nos alerta para os perigos da poluição e da exploração desenfreada dos recursos marinhos, que ameaçam a saúde e a sustentabilidade do ecossistema marinho.
O ambiente da exposição, ao ser montado com imagens de grande escala e em ambientes imersivos, convida o público a refletir sobre a relação do ser humano com o oceano e a importância da preservação da vida marinha.
“Mergulho no futuro: O Mar que queremos preservar” não é apenas uma exposição de arte, mas também um convite à conscientização ambiental e à conexão mais profunda com as águas que circundam a nossa costa.
Ao visitar esta exposição, o público é convidado a embarcar numa viagem visual e emocional, que revela a verdadeira alma do mar português.
Sugestões de Leitura
Earle, S. A. (2009). The world is blue: how our fate and the ocean’s are one. National Geographic.
Roberts, C. (2012). The ocean of life: the fate of man and the sea. Viking.
Nuno Vasco Rodrigues é biólogo marinho e mestre em Estudos Integrados dos Oceanos. É professor na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar e investigador no MARE IPLeiria, bem como autor de dezenas de artigos científicos e vários livros sobre fauna marinha, nomeadamente o recentemente publicado ‘Espécies Marinhas de Portugal’.
Fotógrafo de conservação, contribuidor regular de publicações como a Oceanographic e a National Geographic Portugal, as suas fotos têm alcançado diversos prémios internacionais e foi considerado fotógrafo de conservação do ano 2021 pela Ocean Geographic.
Mergulhador certificado desde 2000, tem mais de 1500 horas debaixo de água em vários lugares do mundo, a maioria das quais a estudar e fotografar a vida marinha.
Um olhar que mergulha: fotografia e conservação nos mares de Portugal
A fotografia de natureza tem o poder de despertar emoções, gerar empatia e, sobretudo, tornar visível o que tantas vezes permanece escondido. No caso dos oceanos, esse papel adquire uma importância vital. O mundo subaquático — misterioso, exuberante, mas também ameaçado — revela-se como nunca através da lente de Nuno Vasco Rodrigues, biólogo marinho e fotógrafo de conservação reconhecido internacionalmente.
A exposição “Mergulho no futuro: O Mar que queremos preservar” convida-nos a descer às profundezas do Atlântico português — das águas do continente às águas sub-tropicais dos arquipélagos da Madeira e dos Açores — para descobrir um património natural de valor incalculável. Ao longo de vinte imagens captadas em diferentes regiões do país, somos confrontados com a extraordinária diversidade de espécies marinhas que habitam os nossos mares: desde as delicadas lesmas-do-mar, as anémonas vibrantes ou os crustáceos filtradores, até aos grandes viajantes oceânicos como o tubarão-baleia e a tartaruga-de-couro, ou aos mergulhadores abissais como o cachalote.
Mas esta não é apenas uma viagem estética. Cada fotografia de Nuno Vasco Rodrigues é também um testemunho científico e um apelo à ação. O seu trabalho conjuga a precisão do olhar do investigador com a sensibilidade do artista, oferecendo-nos composições que iluminam tanto a beleza como a vulnerabilidade da vida marinha. Muitas das espécies retratadas — como o lobo-marinho, os meros ou os tubarões-azuis — encontram-se ameaçadas, e surgem aqui não como relíquias, mas como embaixadoras de um futuro que ainda podemos proteger. Outras imagens capturam a ação humana enquanto aliada da conservação — cientistas que monitorizam tartarugas, recolhem redes fantasmas ou estudam as profundezas dos montes submarinos. Este duplo enfoque — vida marinha e ação humana — reforça a ideia de que a conservação não é apenas uma responsabilidade institucional, mas uma missão partilhada por todos.
O mar português, tantas vezes celebrado na literatura e na história, ganha aqui uma nova centralidade como espaço de conhecimento e compromisso ecológico. As florestas submersas da costa de Peniche, os ilhéus das Formigas onde a biodiversidade resiste à pressão humana, ou os destroços transformados em santuários de vida marinha são exemplos de como a natureza pode regenerar-se, desde que lhe ofereçamos tempo e proteção.
Num tempo em que os oceanos enfrentam ameaças sem precedentes — da poluição por plásticos à acidificação, passando pela sobrepesca e pela exploração dos fundos marinhos — esta exposição recorda-nos que a conservação começa pelo conhecimento e pelo encantamento. É preciso primeiro ver para, depois, cuidar. E poucas lentes conseguem mostrar-nos esse mundo com tanta clareza, emoção e compromisso como a de Nuno Vasco Rodrigues — fotógrafo, biólogo e testemunha de um oceano em transformação.
Ricardo Serrão Santos
Ricardo Serrão Santos, Cientista Principal Honorário do Instituto Okeanos da Universidade dos Açores. Doutor em Biologia Ambiental e Evolucionária pela Universidade de Liverpool.
Estuda a biodiversidade marinha e os ecossistemas oceânicos. Foi diretor, presidente e CEO em vários centros e institutos de investigação. Foi deputado ao Parlamento Europeu [2014-2019] e Ministro do Mar de Portugal [2019-2022]. Foi membro do “Grupo de Planeamento Executivo” para a Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável. RSS é membro do “Comité Éthique en Commun – INRAE-Cirad-Ifremer-IRD” e co-Presidente do Conselho Científico internacional do IPOS Global Deep-Sea Consultation.
Ricardo Serrão Santos é Membro Emérito da Academia de Marinha de Lisboa, Membro Efetivo da Academia das Ciências de Lisboa e Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa.
FICHA TÉCNICA
Autor
Nuno Vasco Rodrigues
Programação e Produção
Nuno Vasco Rodrigues
Sabina Silva
Sónia Gonçalves
Design Gráfico
Francisco Moreira
Impressões
Laboratório DIASEC
Agradecimentos
Ricardo Serrão Santos
Serviços de Documentação e Bibliotecas do IPLeiria
Serviços de Gestão de Campi e Infraestruturas
Direção da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar